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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Na 64ª SBPC - “Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza”. Renato Archer foi um pioneiro na Ciência do Brasil: disse o deputado Ricardo Archer

"Foi com grande satisfação que participei de alguns painéis da sexagésima quarta Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, ocorrida este ano na cidade de São Luis, entre os dias 22 e 27 do mês findo, no campus da Universidade Federal do Maranhão, sobre o tema “Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza.
E fiquei muito feliz por ter estado no evento, porque, em primeiro lugar, a SBPC através da Fundação Maurício Grabois, homenageou este ano, “in memorian”, o militar, cientista, e político brasileiro Renato Archer, meu tio-avô, justo no mês em que ele completaria 90 anos de idade, já que nasceu em 10 de julho de 1922. E testemunhei, com uma ponta de orgulho, o destaque e o reconhecimento que foi dado à sua contribuição para o desenvolvimento e progresso da tecnologia e da ciência brasileira, a exemplo de sua atuação em áreas como o incentivo financeiro à pesquisa; à consolidação de estudos aeroespaciais, e à inserção de estudos em informática ainda na década de 1980, quando se tornou o primeiro ministro da Ciência e Tecnologia do Brasil, no governo do presidente Sarney.
Renato Archer, na condição de cientista e de Ministro de Estado do Brasil, foi um dos colaboradores mais ativos para o início da priorização do progresso da ciência no País, instituindo políticas de incentivo a sociedades de pesquisa e a pesquisadores, para que produzissem e permanecessem na nossa terra gerando riqueza e conhecimento. Renato Archer foi, ainda, um atuante Deputado Federal pelo Estado do Maranhão durante três mandatos, dando sua contribuição ao processo legislativo brasileiro.
Mas, o encontro não foi só isso: ele representou, ainda, um momento oportuno, para que a comunidade técnica e científica do país mostrasse não apenas o quanto ela vem colaborando com o desenvolvimento socioeconômico brasileiro, mas, o quanto ela está preocupada em encontrar caminhos para combater a pobreza intelectual do Brasil, como bem reflete o título do evento, ou seja, “Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza”.
A presidenta da entidade, Dra. Helena Nader, reivindicou o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, e defendeu a partilha de 50% do Fundo Social formado pelos recursos do pré-sal, para serem utilizados em investimentos na educação, ciência e tecnologia.
O ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação, Dr. Marco Antonio Raupp, também presente à reunião, veio na mesma linha crítica, destacando a necessidade de se incorporar os conhecimentos tradicionais aos sistemas de ciência, tecnologia e inovação, assegurando aos seus detentores, a divisão justa e equitativa de sua produção.
Ainda dentro dessa visão, o reitor da Universidade Federal do Maranhão, professor Natalino Salgado Filho, não poderia ter sido mais enfático quando afirmou: a ciência e o conhecimento são parte da solução para a desigualdade social. A questão da pobreza é histórica e cultural. Vamos aliar o conhecimento cientifico aos saberes, para trabalhar uma área de produção e, a partir daí, estimular as comunidades a industrializar seus conhecimentos tradicionais. A ciência é um instrumento de mudança para o povo brasileiro.
Durante o encontro, nós sentimos que em todos os painéis, em todas as mesas redondas, em todas as discussões paralelas, que existe uma preocupação generalizada da comunidade técnica e científica, para que a ciência e a tecnologia se aproximem cada vez mais do cidadão comum, buscando políticas que se traduzam em minimização de custos, em avanço cultural, em repartição mais justa dos benefícios sociais e econômicos e na melhoria da qualidade de vida do homem."

Ricardo Archer
Deputado Federal PMDB-MA

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